Medicamento natural
Uma trepadeira encontrada no nordeste brasileiro e na África
possui uma atividade tóxica celular, interferindo na síntese de proteínas.
Outra particularidade é que ela leva à apoptose, que é a
morte celular programada.
Essas características fazem dela uma candidata ao
desenvolvimento de fármacos dirigidos ao tratamento de tumores, principalmente
os superficiais, como os de pele.
Os estudos in vitro mostraram que a pulchellina apresenta
uma atividade tóxica celular, interferindo na síntese de proteínas. Outra
particularidade é que ela leva à apoptose, que é a morte celular programada.
A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de
Física de São Carlos, que estão desenvolvendo estudos com a pulchellina, uma
proteína extraída das sementes da Abrus pulchellus.
Engenharia genética
A molécula da pulchellina apresenta duas partes. Uma é
responsável pelas atividades de toxicidade, enquanto a outra responde pelo
mecanismo que permite a sua entrada dentro das células.
"Estamos trabalhando tanto com a proteína nativa,
extraída e purificada diretamente da planta, como também com as duas partes
isoladamente, obtidas por meio de engenharia genética", explica.
"Neste processo, o gene da planta foi isolado e
introduzido em uma bactéria para esta célula produzir as partes da proteína em
um meio de cultura apropriado. Estas novas moléculas são chamadas de
recombinantes", conta.
Atualmente, os pesquisadores contam com a parceria de uma
empresa de biotecnologia de Campinas, onde estão sendo realizados estudos in
vitro e em animais com o objetivo de desenvolver uma formulação que permita a
entrada da cadeia tóxica da pulchellina dentro da célula tumoral sem afetar as
demais.
"A ideia é que, uma vez desenvolvida a nanoestrutura e a
formulação, a toxinAbrusa poderá ser utilizada sobre tumores localizados
superficialmente", diz a professora.
Pulchellina
A pulchellina é uma proteína inativadora de ribossomos do
tipo 2 (RIP tipo 2), locais de síntese de proteínas dentro das células.
"A ricina, encontrada na mamona, e a abrina, encontrada
na Abrus precatorius, pertencem à mesma família e podem ser consideradas como
outros exemplos mais conhecidos dessa família de RIPs tipo 2", conta a
professora Ana Paula Ulian de Araújo, coordenadora do estudo.
Os primeiros estudos permitiram caracterizar a
citotoxicidade da proteína, bem como o isolamento e a identificação de
isoformas. "Identificamos quatro isoformas mais viáveis para aplicação em
pesquisas, sendo que algumas são mais tóxicas [para as células] que
outras", diz a professora.
Fonte: Diário da Saúde
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