O grupo farmacêutico Aspen, com sede na África do Sul, vai investir em aquisições no Brasil.
Essa estratégia, que está sendo colocada em prática pela companhia, não focará em ativos. A meta é comprar medicamentos maduros (que perderam a patente) que não interessam mais aos laboratórios que os desenvolveram. "Não queremos ser reconhecidos como uma farmacêutica que trata de uma determinada doença. O que nos interessa é ter uma grande cesta de produtos conhecidos", disse ao Valor Alexandre França, presidente da companhia no Brasil.
Essa estratégia, que está sendo colocada em prática pela companhia, não focará em ativos. A meta é comprar medicamentos maduros (que perderam a patente) que não interessam mais aos laboratórios que os desenvolveram. "Não queremos ser reconhecidos como uma farmacêutica que trata de uma determinada doença. O que nos interessa é ter uma grande cesta de produtos conhecidos", disse ao Valor Alexandre França, presidente da companhia no Brasil.
A
empresa já investiu cerca de R$ 90 milhões no país nos últimos três
anos com a compra de medicamentos "esnobados" por grandes companhias
globais, mas que têm forte apelo comercial no país. Novos produtos
deverão ser adquiridos até o fim do ano.
Em
julho, a Aspen comprou um pacote com quatro produtos que pertenciam à
inglesa GlaxoSmithKline (GSK), que incluem o Leite de Magnésia
(laxante), Kwell e Nedax. "Esses produtos são tradicionais no mercado e
reforçam nossa estratégia de avançar no segmento OTC [medicamento isento
de prescrição, na sigla em inglês]", disse França. Na cesta da
companhia no país estão incluídos cerca de 80 produtos - os líderes de
venda são o Zyloric (trata gota), Agastrat (para doença cardíaca),
Alcachofra (fitoterápico para digestão). "O Leite de Magnésia tem
potencial para ser um dos nossos principais produtos", disse França.
Segundo ele, esse medicamento é indicado como laxante, mas em algumas
regiões do país, como Norte e Nordeste, há pessoas que usam o produto
como desodorante corporal e até para combater odor nos pés.
A
parceria com a inglesa GSK, que é uma das acionistas da Aspen Pharma,
com 18% de participação na companhia, é muito forte. Na Austrália, a
Aspen comprou um pacote com 25 produtos da farmacêutica, por 172 milhões
de libras. A estratégia de compras é global.
Desde
que chegou ao Brasil em 2008, com a compra de 51% do laboratório
Cellofarm, que pertencia à indiana Strides Arcolet - os 49% foram
adquiridos no ano seguinte -, a Aspen mira aquisições de medicamentos.
"Queremos dobrar o faturamento até o fim de 2014", disse França. Em
2011, a receita atingiu R$ 150 milhões e deverá encerrar este ano em R$
200 milhões. A meta é alcançar R$ 400 milhões em 2014. A Aspen também
vai comercializar produtos próprios (versão similar), como o Sedopan
(transtorno bipolar).
Com
escritório no Rio de Janeiro e uma fábrica em Serra, no Espírito Santo,
a companhia também está investindo R$ 10 milhões na expansão de
capacidade de sua única unidade. "Vamos mais que dobrar a capacidade de
nossa atual instalação, de 20 milhões de comprimidos por ano, para 50
milhões de comprimidos/ano em dois anos, e também vamos produzir
líquidos", afirmou. Atualmente, o portfólio do grupo no país está
dividido em produtos de prescrição (60%), OTC (10%) e hospitalar (30%). A
meta é que OTC suba para 30% e hospitalar caia para 10%.
A
atual fábrica do grupo produz 20% dos medicamentos comercializados pela
Aspen no Brasil. Outros 40% são produção terceirizada e 40% importados.
França disse que quer reduzir a participação dos terceirizados pela
metade. Para isso, aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para certificar a fábrica do grupo.
Fonte: Mônica Scaramuzzo - Valor Econômico - 12/09/2012
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