Fagos contra bactérias
Cientistas isolaram e estudaram os genomas de 11 vírus, conhecidos como fagos, que podem infectar e matar a bactéria Propionibacterium acnes, causadora das acnes, ou espinhas.
O estudo abre caminho para terapias tópicas que usem vírus ou
produtos virais para tratar esse problema de pele, que afeta
particularmente os adolescentes.
"Há duas direções potenciais bastante óbvias que poderiam tirar
proveito desta pesquisa," disse Graham Hatfull, da Universidade de
Pittsburgh, orientador do estudo. "A primeira é a possibilidade de
utilizar os fagos diretamente como uma terapia para a acne. A segunda é a
possibilidade de utilizar os componentes derivados dos fagos."
Bactéria da acne
A P. acnes é uma moradora normal da pele humana, mas sua
população aumenta substancialmente durante a puberdade, provocando uma
resposta inflamatória que pode levar ao surgimento das acnes.
Embora antibióticos possam ser eficazes no tratamento da acne, já surgiram cepas da P. acnes resistentes, mostrando a necessidade de terapias melhores.
Diversidade genética
A pesquisadora Laura Marinelli isolou fagos e bactérias P. acnes de voluntários, com e sem acnes e, em seguida, sequenciaram os genomas dos fagos.
O que eles descobriram nos genomas os surpreendeu.
Os fagos são todos muito semelhantes, partilhando mais de 85% do seu DNA, um grau inédito de semelhança entre vírus, que geralmente apresentam uma grande diversidade.
Esta falta de diversidade genética sugere que o surgimento de
resistência a terapias antimicrobianas baseadas em fagos é menos
provável, segundo os cientistas.
Terapia anti-acne
Todos os fagos possuem um gene que produz uma proteína chamada
endolisina, uma enzima que se acredita quebrar as paredes celulares
bacterianas, matando as bactérias.
Enzimas como esta são usados em outras aplicações, diz Hatfull,
sugerindo que a endolisina dos fagos também pode ser útil como um agente
terapêutico tópico anti-acne.
O estudo foi publicado na mBio, uma revista de acesso aberto da Sociedade Americana de Microbiologia.
Fonte: Diário da Saúde
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