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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Droga ameniza atraso mental

Portadores da síndrome de Martin-Bell, conhecida também como síndrome do X frágil, sofrem principalmente com deficiências nas habilidades sociais. Os sintomas variam entre os indivíduos, mas podem incluir ansiedade, transtorno de déficit de atenção, comportamentos repetitivos, explosões emocionais, além de alguns traços de autismo, como agitar as mãos e evitar contato tátil e visual. São esses os fatores que a substância STX209, também conhecida como arbaclofen, pretende aliviar. A droga foi testada em dois estudos publicados na revista científica Science Translational Medicine e pode ser a primeira descoberta para o tratamento da síndrome.

Sem cura e originada de uma mutação genética, a síndrome do X frágil é a causa conhecida mais comum do autismo e o segundo fator hereditário mais recorrente para o atraso mental. Sob o microscópio, o cromossomo X defeituoso parece quebrado e frágil, exatamente no local em que o gene FMR1 é mutante.

Com isso, esse gene deixa de produzir sua proteína, chamada FMRP – uma das responsáveis por regular a intensidade das conexões cerebrais. Enfraquecidas, essas junções levam os indivíduos com o distúrbio a se tornarem hipersensíveis, especialmente a estímulos sociais.

A arbaclofen foi capaz de amenizar esse quadro no primeiro teste em humanos com a síndrome, realizado por pesquisadores do Centro Médico de Chicago da Universidade Rush e da Universidade da Califórnia. “O arbaclofen liga-se a alguns receptores para diminuir a liberação de glutamato. A redução de glutamato normaliza a sinalização excessiva, o que pode ajudar o paciente a ser mais semelhante à pessoa que não tem X frágil”, explica a principal autora do estudo, Elizabeth Berry-Kravis, do Centro Médico da Universidade Rush.

Para o estudo, 63 pacientes tomaram o medicamento, ministrado oralmente, ou o placebo durante quatro semanas. Depois de um intervalo, a terapia foi invertida. Com a mesma duração, os dois períodos de tratamento foram comparados. Os dados determinaram que os pacientes que receberam o arbaclofen tiveram os sintomas de deficiência para interação social reduzidos. O comportamento foi avaliado por meio de um questionário respondido pelos acompanhantes dos participantes.

“Algumas crianças se tornaram mais falantes, mais dispostas a brincar com seus irmãos e outras interagiram mais com seus pais e professores”, conta Paul Wang, vice-presidente da empresa farmacêutica americana Seaside Therapeutics, parceira no estudo e responsável pela produção do composto.

Mesmo com melhoras significativas no âmbito social, o efeito não foi similar para as características de agressividade e irritabilidade. “A droga foi desenvolvida com base em modelo animal e trabalho molecular, de modo que não se sabiam quais os sintomas ela conseguiria melhorar nas pessoas durante o tratamento a curto prazo, quando o estudo foi desenhado”, pondera Berry-Kravis.

A hipótese de que a droga agiria diretamente nas características sociais foi direcionada devido à ação de outros medicamentos também em teste com potencial mais efetivo para tratar a agressividade dos pacientes. “Não há nenhuma droga que ajude a função social. Pacientes com autismo e X frágil são tratados com vários medicamentos, mas há pouca evidência para apoiar qualquer um deles. Alguns agem apenas como calmantes, para manter os pacientes mais calmos, não para melhorar a sua função social”, conta Wang.

Sem tratamento Atualmente, não há tratamentos aprovados pela Administração de Alimentos e Fármacos dos Estados Unidos (FDA) direcionados à síndrome do X frágil. As opções disponíveis ajudam em sintomas secundários, mas não tratam efetivamente as deficiências fundamentais da doença, que se assemelham às do autismo.

Segundo Randi Hagerman, do Centro Médico Davis da Universidade da Califórnia, as duas doenças são muito parecidas, pois a proteína que está em falta no X frágil é uma controladora de quase 50% dos outros genes que estão associados ao autismo. Para avaliar a ação da arbaclofen diretamente no autismo, um grande estudo com 150 pacientes autistas e sem a síndrome do X frágil está em andamento.

Os pesquisadores afirmam que outros dois novos estudos clínicos direcionados exclusivamente ao X frágil também estão sendo conduzidos. O primeiro com crianças de 5 a 11 anos e outro com indivíduos com no mínimo 12 anos. A expectativa é que os resultados sejam obtidos em um ou dois anos, quando a medicação será apresentada para aprovação pela FDA e poderá chegar ao uso clínico.

Alzheimer ainda é um enigma

Mais de 100 anos depois de a decadência do cérebro de um paciente ter sido identificada pela primeira vez, o mal de Alzheimer permanece como um dos grandes desafios da medicina, avaliam especialistas no dia mundial dedicado à doença, celebrado hoje. O Alzheimer é responsável por dois terços dos casos de demência e acomete uma a cada 200 pessoas no mundo. Descobrir uma cura nunca foi tão urgente, diante do crescimento e do envelhecimento da população. “Será um tsunami em termos da carga (dos custos)”, afirmou ontem, Dean Hartley, diretor de iniciativas científicas da Associação Americana de Alzheimer, na véspera do Dia Mundial do Alzheimer.

No mês passado, uma porta se fechou quando as gigantes farmacêuticas Eli Lilly, Pfizer e Johnson & Johnson decidiram suspender testes para tratamentos, que eram ansiosamente aguardados, mas que fracassaram nos exames clínicos. No início deste mês, cientistas franceses anunciaram que o extrato vegetal ginko biloba, amplamente alardeado como um remédio natural contra o Alzheimer, na verdade não evita a demência.

Os cientistas dizem que ainda não sabem ao certo o que fazer com as placas e emaranhados que o médico alemão Alois Alzheimer identificou pela primeira vez no cérebro de um paciente com demência, falecido em 1906. Hoje, poucos medicamentos disponíveis no mercado tratam alguns sintomas, mas são impotentes em evitar a progressão da doença.

A Associação Internacional do Alzheimer, que reúne as associações dedicadas à doença, calcula que o número de pessoas com demência crescerá de 35,6 milhões (dados de 2010) para 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em 2050. A doença é particularmente difícil de decifrar não só porque seu efeito em humanos é quase impossível de replicar em animais de laboratório. Sua lenta progressão é um obstáculo a mais. O Alzheimer costuma se tornar aparente por volta dos 70 anos, quando membros da família começam a perceber que seu ente querido vai se tornando esquecido e confuso.

Prevenção

Os cientistas buscam um tratamento que detenha a doença em seu estágio inicial, mesmo antes do aparecimento dos sintomas. Embora não tenham obtido sucesso, seus trabalhos lançam algumas pistas valiosas pelo caminho. Já se sabe que um pequeno percentual de pessoas, com mais frequência mulheres do que homens, é geneticamente predisposto a desenvolver o Alzheimer. Alguns estudos sugerem que ter um estilo de vida saudável reduz os riscos para as pessoas que não tenham genes relacionados com o desenvolvimento da doença. Os especialistas acreditam que se governos, pesquisadores e empresas farmacêuticas trabalharem juntos de forma eficiente, um tratamento poderia estar disponível dentro de 20 anos.

Fonte: CRF-MG

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