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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Nanopartículas de ouro podem fazer mal à saúde

As nanopartículas são a face mais pesquisada no campo da nanotecnologia voltada à saúde.

Seu principal uso é como carreador de medicamentos, levando as moléculas das drogas diretamente ao local do tratamento, de forma a otimizar os resultados e diminuir os efeitos colaterais.

E, quando se fala de nanopartículas, as consideradas melhores são as de ouro, porque o ouro é inerte e, aparentemente, não faz qualquer mal à saúde humana.

Mas esse pressuposto acaba de ser contestado por um grupo de cientistas da Universidade de Stony Brooks (EUA).

Segundo eles, as nanopartículas de ouro puro, que também já são usadas em produtos de uso pessoal e cosméticos, diminuem o ritmo do processo de cicatrização, aceleram a formação de rugas e inibem o armazenamento de gordura.

As nanopartículas de ouro também são usadas como agentes de contraste em exames de ressonância magnética.

Danos da nanopartículas às células

Para realizar o estudo publicado na revista Nanotoxicology, os pesquisadores testaram o impacto das nanopartículas em culturas de vários tipos de células, incluindo tecido adiposo (gordura), para determinar se as suas funções básicas seriam interrompidas quando expostas a doses de nanopartículas muito baixas.

Nesse caso o acúmulo de gordura referido pelos pesquisadores não tem a ver com a obesidade, mas com a formação do tecido adiposo normal, que protege o corpo do calor e do frio, funciona como uma reserva de nutrientes e serve como uma espécie de amortecedor em órgãos internos.

Os cientistas descobriram que as nanopartículas de ouro entram quase que instantaneamente nas células do estroma derivadas do tecido adiposo humano - um tipo de célula-tronco adulta - e que as nanopartículas se acumulam nas células sem que exista uma via óbvia para sua eliminação.

A presença das nanopartículas interrompeu várias funções celulares, incluindo o movimento, a replicação (divisão celular) e a contração do colágeno, todos processos que são essenciais na cicatrização de ferimentos.

A inibição da contração do colágeno também pode acelerar o processo de formação de rugas na pele.
Além disso, as nanopartículas de ouro puro interferem com a regulação genética, com a expressão do RNA e inibem a capacidade de diferenciação dos adipócitos, as células de gordura adultas.

"Reduções causadas pelas nanopartículas de ouro podem resultar em mudanças sistêmicas para o corpo," disse Tatsiana Mironava, coordenadora do estudo.

Riscos das nanopartículas

"Como [as nanopartículas de ouro] vinham sendo consideradas inertes e essencialmente inofensivas, assumiu-se que as nanopartículas de ouro puro seriam também seguras. As provas em contrário estão começando a emergir," concluiu a pesquisadora.

De fato, vários estudos têm levantado alertas sobre os riscos potenciais das nanopartículas à saúde humana, o que levou a Organização Mundial da Saúde a começar a mapear os riscos da Nanotecnologia:
Fonte: Diário da Saúde

Mercúrio em vacinas só faz mal para crianças ricas?

Em janeiro deste ano, representantes de 140 países se reuniram em Genebra, na Suíça, para aprovar o texto final de um tratado ambiental que pretende restringir o uso e as emissões globais de mercúrio em produtos e processos industriais que utilizam o metal pesado, nocivo para a saúde e para o meio ambiente.

Até 2020, o acordo deverá banir a produção, exportação e importação de certos tipos de lâmpadas fluorescentes, a maioria das baterias, pilhas, cimento, cosméticos, além de termômetros e aparelhos para aferir pressão arterial que utilizam a substância.

O documento, que estará aberto para assinaturas em um reunião no Japão, em outubro, ficou conhecido como Convenção de Minamata, em homenagem à cidade japonesa que sofreu com a contaminação de suas águas por mercúrio na década de 20.

Mercúrio em vacinas para crianças

Apesar de considerado um avanço, o tratado deixou de fora um produto utilizado em larga escala: as vacinas para crianças.

Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, as doses de vacinas infantis são conservadas com uma substância chamada timerosal, à base de mercúrio.

"Nações ricas como países da Europa, Estados Unidos e Canadá, já não usam mercúrio para preservar vacinas infantis", afirma José Dórea, professor da UnB (Universidade de Brasília), que é uma das maiores referências mundiais em pesquisas sobre o uso do metal pesado na área da saúde.

O professor Dórea esclarece que o mercúrio pode ser particularmente nocivo para o feto, recém-nascidos, crianças e mulheres grávidas.

"Esse grupo é mais vulnerável a qualquer substância, porque é um estágio delicado de desenvolvimento do sistema nervoso central", explica.

Estudos do próprio pesquisador sugerem que pequenas doses de mercúrio em vacinas para crianças podem impactar no desenvolvimento motor e intelectual a longo prazo.

"Não falamos de consequências debilitantes, como deixar de andar ou dirigir um carro", ressalva. "Trata-se do desenvolvimento de suscetibilidades para alterações do comportamento, de inteligência, coisas que ao longo da vida trazem desvantagens."

O especialista afirma que não há riscos evidentes para adultos. "Para esse grupo, a dose relacionada por peso, nesse momento, não apresenta nenhum problema", explica.

Crianças pobres e ricas

O professor Dórea ressalva que, em casos emergenciais, não se pode prescindir do mercúrio como conservante para vacinas.

"O problema é o uso regular, sistemático e progressivo", diz. "Se houver um surto, uma epidemia, e for necessário que a vacina seja preservada com o timerosal, ninguém vai discordar", exemplifica.

José Dórea argumenta que a Convenção de Minamata evidenciou a diferença de tratamento entre crianças de países ricos e pobres.

"O que faltou nesse tratado foi uma cláusula que garantisse a simetria entre as crianças do mundo", diz. "As crianças ricas podem receber um tipo de vacina e as pobres podem receber outro, sem problemas?"
"Somos a quinta economia do mundo, não temos problemas de dinheiro. Devemos desejar para nossas crianças o que os países ricos desejam para as delas", acrescenta o pesquisador.

Para Dórea, o debate deve ser levado às autoridades sanitárias brasileiras. "Ninguém fala nisso, é como se não existisse", diz. "As autoridades deveriam dizer para a população não se preocupar, se o mercúrio não é um problema. Por outro lado, se não é um risco, por que existe um tratado internacional?"

Valores diferentes

"O mundo todo já abandonou essa prática, mas o Brasil continua a gastar dinheiro em vacinas baratas, que obviamente têm que vir em embalagens múltiplas, que requerem preservativos", continua o professor.

José Dórea lembra que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já proibiu o uso de merthiolate, outro produto a base de mercúrio, utilizado para tratar ferimentos externos, mas permitiu que a substância continuasse nas vacinas.

"O que parece é que não ligamos para o bem-estar dos nossos compatriotas", observa. "Achamos que as coisas lá fora são melhores e, realmente, são. Por que não imitamos o que eles têm de melhor?"

Fonte: Diário da Saúde
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